Começo então eu....
com poucos meses meteram-me em cima da motorizada de um tio meu, lá no Alentejo, e tiraram-me um fotografia (que ainda tenho).... costumo dizer que foi desde esse dia, provavelmente, que se fez o contágio do "bicho"!
Mas já em puto delirava com "motões", cada vez que os via na rua (ainda se viam tão poucos). E os meus brinquedos preferidos já eram as miniaturas dessas máquinas de 2 rodas com motor. Adorava fazer colecções de cromos cujo tema fossem motas.... Laverda, Kawasaki, Bultaco, Montesa, Triumph, Norton, Honda.... eram nomes que me faziam sonhar cada vez que colava mais um cromo nas cadernetas de colecções.
Com 12 anos, e dada a minha apetência natural para o desenho, muitos deles eram motas que eu desenhava e inventava novos modelos. Alguns desses desenhos ainda os tenho e cada vez que olho para eles sorrio com satisfação!
Os meus tios entretanto ofereceram-me um capacete de moto para criança... a pancada era tão grande que andava de bicicleta (uma Tip Top de cross, azul) e de capacete de moto na cabeça, sendo invejado por uns e gozado por outros!
16 anos feitos, uma das primairas tarefas foi ir logo tirar a licença municipal de ciclomotor. Entretanto, também com essa idade já tinha uns trocos, resultado de trabalhos que fazia nas férias escolares. E lá fui eu directo à "Moto-Verdelha" (quem mora ou frequenta a zona de Alverca / V.F. Xira conhece bem esse emblemático stand e oficina de motorizadas que ainda hoje existe, apesar dos tempos de crise e do mercado das 50 quase ter desaparecido), comprar a minha primeira moto, sem o meu pai saber sequer
. A ambição era uma Macal Pre50, mas como os cerca de 300 contos que ela custava nova eram inatingíveis, fiquei-me por uma Famel XF25 Super, que custou 150 contos, usada.
A partir desse dia.... e até hoje.... nunca mais deixei de ter mota.... já lá vão 20 anos!
Na escola secundária fui dos primeiros a ter mota... parte delas que por lá haviam, de outros colegas, eram máquinas nacionais "herdadas" dos pais ou avós, umas quantas scooters (aceleras) e uma ou outra japonesa (NSR / DT)... mas a minha Famel carenada, com motor Zundapp de 5 veloc. e refrig. líquida, ignição electrónica, guiador de avanços, travão de disco, jantes de alumínio e monoamortecedor era do mais apetecível que por lá se encontrava...
As colegas adoravam andar à pendura, fosse qual fosse o motorizada. Interessava é que tivesse 2 rodas e motor, e nós lá faziamos o possível para as passearmos ou darmos uma boleia à ida ou vinda da escola!